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11 de agosto de 2007

LAGRIMAS DE ANJO

Lágrimas de Anjo
Se levantou do chão duro.
Dormiu escorado num muro,
enrolado num velho trapo,
com seu cão ao lado,sem questionar o seu sono.
Acordou com a barriga roncando,
revirando as latas, não encontrando nada,
capaz de sossegar sua fome.
Ninguém o levou pra escola.
Fica vagando pedindo esmola,
na rua selvagem,admirando na outra margem,
uma vitrine de loja.
Ele se escora no vidro,
sonhando quietinho,
com o boneco ou carrinho.
Queria ser forte como aquele herói.
Não chorar quando dói,
a indiferença dos estranhos,
quando leva dos que tem maior tamanho,
uma surra por não ter feito nada.
Solitário, volta pra estrada.
Queria entender sua culpa,
saber se a vida era justa,
sem lhe conceder um prato de comida.
Ninguém sara sua ferida.
Agora, ele já está cansado.
Volta a estar deitado,
no muro que ninguém lembra.
Aquele é seu canto,
acostumado com seu pranto,
de criança que ninguém acalenta.
É apenas um anjo perdido,
que chora escondido,
a ignorância dos homens.
Cristian Ribas

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